A Surrealist Visit of the Portuguese Plastic Artist | Carlos Saramago

Há muito espaço para a criatividade nos vários segmentos das artes visuais – pintura, desenho, ilustrações, design, fotografia, cenografia, entre outras – num trabalho continuo procurando sempre soluções inovadoras para as obras. Creio que talvez por isso a arte não é exclusiva de ninguém, nem dos profissionais da arte, nem de qualquer grupo privilegiado.

Penso que em democracia, a arte detém plena liberdade para desafiar, estimular, remexer conceitos, despertar consciências, compreensões, limites…

A arte não impõe o seu teor, ela é demasiadamente oscilante para isso. A mensagem da sua criação é dada, à discussão, ao desacordo, ao incômodo, à fruição, à satisfação….

É isto que me encanta numa democracia! E é isto que encontro no trabalho de Carlos Saramago, o artista plástico convidado para esta exposição virtual. Se ainda não conhece o seu inquietante trabalho, então prepare-se porque as suas obras desafiam a nossa perceção e estimulam-nos a lidar com o que nos incomoda.

Resumo Biográfico

“Em 1972 nasce Carlos Saramago, na cidade de Abrantes.

Oriundo duma família humilde, residente na vila de Mação, quarto filho de cinco, desde muito cedo demonstrou interesse pelo desenho, quando ainda na escola.

Devido a problemas de saúde (epidermólise bolhosa distrófica crónica) doença de pele rara e descoberta logo à nascença, Carlos passava quase inteiramente o seu tempo a desenhar. A sua adolescência foi passada em hospitais. Sua mãe presenteava-o, nesta altura difícil, com livros de quadradinhos da Marvel, despertando de forma marcante a sua aptidão para a pintura e desenho…” In “Carlos Saramago…de Mação para o mundo “_ Livro

Movimento Estético

A sua produção artística espraia-se por diferentes estilos, vagueando pelo surrealismo, retratos, caricaturas, óleos, acrílicos, aguarelas e azulejos, divulgando a sua arte em vários locais dentro e fora do país. Uma arte que espelha os seus sentimentos e ideias. Uma arte intensa. É quase impossível olhar para as suas obras e ficar indiferente, e não se sentir confuso e simultaneamente ébrio com o seu trabalho. As suas obras desafiam-nos a olhar uma, duas, três vezes e imaginar algo que nunca será evidente para um observador desatento.

Carlos Saramago refere: “É numa tela que a minha loucura se vê… o Ser que eu gostaria de ser. A minha arte influencia todo o meu estado de espírito. Tento sair de dentro e colar-me numa tela. O meu interior visível”.

Statment

“Falar de mim seria quase impossível na primeira pessoa, eu não me reconheço nem sou a melhor pessoa para isso, ainda estou aprendendo a conhecer-me todos os dias … prefiro que sejam os outros a falar da minha arte”.

Então, vamos a esta e outras estórias sobre a arte deste artista plástico:

Para o pintor Luís Dias Ribeiro,

Carlos Saramago é já hoje, um nome a ter em conta nas artes plásticas em Portugal.

Pintor multifacetado, tem o seu porto de abrigo e a sua zona de conforto no Surrealismo, buscando a perfeição do desenho e das cores dentro da imensidão do seu imaginário, devaneios e ironia.

Com a determinação e audácia que se lhe reconhece, convida-nos a sermos seus cúmplices e a viajarmos pelas galáxias encantatórias da sua obra, ‘caminhos’ acessíveis só aos grandes mestres.

Nas temáticas que aborda, dou relevo ao sensual erótico tratado com toda a delicadeza, mestria e um profundo humanismo, salpicado de quando em vez pela sátira, `arma` que utiliza para denunciar a frágil condição humana diante de um mundo tão irracional e complexo.

Sou admirador confesso do homem e do artista, um privilegiado por ser seu amigo, um afortunado por ter em acervo algumas das suas obras e, porque não revelar, um simples café com o Carlos, é motivo para uma manhã ou tarde bem passadas… para mais tarde recordar.

Acompanho prazerosamente o percurso das sua obras, o seu percurso, e atrevo-me a incluir o nome de Carlos Saramago entre os grandes nomes do surrealismo ‘criado’ em Portugal.”

Para o artista plástico Hélio Cunha,

“Não sendo crítico de arte nem sequer escritor ou ensaísta vou, no entanto, escrever algumas linhas para responder à solicitação que me foi dirigida para emitir uma opinião acerca da obra deste artista e é com prazer que o faço.

Carlos Saramago é genuíno e evita sempre colar-se a antigos mestres surrealistas como Dali, Magritte ou Max Ernst.

Este aspeto, só por si já é digno de nota e admiração pois decorre num universo artístico onde muitos outros tentam copiar o estilo desses pintores chegando ao despudor de utilizarem até muitos dos seus símbolos.

O universo deste artista é o universo da sinceridade.

A pintura de Carlos Saramago é a pessoa Carlos Saramago.

Através das suas obras somos transportados para uma espécie de portal onde as criaturas que habitam os mais recônditos recantos do subconsciente são reveladas com grande nitidez e eficácia em sequências de ininterrupta metamorfose, uma avalanche inesgotável de antológicas simbologias.

Por outro lado, sua pintura é completamente automática, o que encaixa nos preceitos de André Breton, acerca da necessidade essencial de automatismo para que a obra possa ser declarada surrealista e essa genuinidade que atrás referi, na construção de cada obra, faz com que ela assuma o aspeto de um Cadavreexquis, paradoxalmente executado por uma só pessoa, pois as imagens nascem umas das outras numa torrente incessante, sem que haja nessa profusão um controle da mente consciente.

Nestas construções espontâneas alguns tiques de estilo fazem-me por vezes lembrar Cruzeiro Seixas embora Carlos Saramago tenha uma simbologia própria e facilmente reconhecível como sua.

Os seus desenhos mais sombrios, trazem-me à memória alguns dos Caprichos de Goya, não tanto pela semelhança, mas mais pelo impacto e pela quase ausência de cor, pois estamos em presença de um estilo próprio, cheio de convicção, e da criação de símbolos muitos pessoais e fortes que dificilmente se deixarão contaminar por influências ou opiniões alheias.

Aliás, nota-se que este artista não está sequer interessado em “inventar coisas originais” pois nem sequer necessita de o fazer dado a sua própria originalidade ser fluente e atávica e, assim sendo, basta limitar-se a ser ele próprio pois além de ser original na sua singularidade, também me parece pessoa de talento.

Carlos Saramago é jovem e terá ainda muito mais para nos dar, no entanto acho que deve ser já neste momento, digno da nossa atenção.

Estamos perante um artista que toma muito a sério o que faz e que merece igualmente ser tomado muito a sério, um artista que merece admiração e respeito, por parte de todo o amante de arte, galeria ou instituição”.

Para Álvaro Lobato de Faria – Director Coordenador do MAC – Movimento Arte Contemporânea,

“Na obra de Carlos Saramago verificamos que o artista utiliza habilmente as suas imagens visionárias.

O seu desenho nítido dá-nos paisagens desérticas, visões harmoniosas e cruéis pintadas com cores vibrantes, oferecendo-nos incontáveis e aliciantes leituras.

Carlos Saramago objetiva os seus sonhos metafísicos, acreditando que o essencial é sentir e que qualquer explicação inútil poderia perigosamente enfraquecer a sensação que temos ao presenciar a sua obra.

A sua mensagem artística, com a autonomia qualitativa que Carlos Saramago nos transmite, volta a colocar o problema que é a arte de viver, onde a arte simplesmente encontra com normalidade uma hierarquia aceite naturalmente, um lugar digno de si.

Para além do que revela, da integração e descobrimento do mundo das artes plásticas Carlos Saramago dá-nos, na invenção da forma e nas configurações cromáticas, a consciencialização e mensagem de angústia e de esperança, que simultaneamente interferem e participam no horizonte do nosso tempo.

Carlos Saramago é, essencialmente um emotivo, uma personalidade de um requintado mundo sensível, para quem a Arte é o seu principal lenitivo.

A sua obra confirma expressivamente, o talento e sobretudo a qualidade técnica de quem as realiza.”

Obra

No seu percurso artístico conta mais de 50 exposições. Encontra-se representado em várias coleções públicas.

Seleção de exposições coletivas

1992 Teatro VARIÉTE DE ASCONA, Suíça, Coletiva na Galeria “AAA Ascona”, Suíça; Museu do Hospital Civil de Legnano, Itália; II Rave artística Nacional, organizada pela “Lanterna Magica”; Centro Português de Arte e Cultura, Lisboa, Colectiva; Galeria Municipal de Arte de Abrantes, (pequeno formato); Leiria, LEIRIAARTES DE 2013; Exposição de Pintura Junta Freguesia de Mação; Entronc`Arte 2013, Entroncamento; Exposição coletiva, Ponte de Lima Emérita Art2013, Axis Hotel Ponte de Lima; Exposição PÓVOA DE VARZIM (VERMAR) – FÉRTIL’ ART2013 – -Artshow 2013 – Caldas da Rainha_Hábil´Art2013-Ofir (coletiva)_Renduf´Arte-(coletiva)- “Mostra Colectiva de Natal” ASMAV, em Guimarães, no âmbito do projeto RIZOMA; 1ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE ARTES E LETRAS DA FEBACLA em PORTUGAL; ARTE AGORA – CLUBE EVOCA ALCOCHETE – Alcochete; Coletiva Artistas de Mação; Arte em Mação 2014; Exposição Moita Mostra 2014; ARTIS, Festival de Artes Plásticas de Seia; EXPOSIÇÃO COLETIVA – NA CONCHA DA PENTÔSTRA, Guimarães, 2015; Exposição Galeria Aberta Galeria Quartel, Abrantes; Galeria do Centro Cultural Elvino Pereira, Mação; Coletiva na XIII, do Artis – Festival de Artes Plásticas de Seia; na Casa Cultura de Seia; Mostra Nossa Damus; PDJ Lisboa, Galeria D’Arte Quermesse, Lisboa; Encontro Marginal 2015,Centro Cultural Nazaré; Coletiva Da Moita Mostra 15,Seia, Galeria Ricardo Cardoso; Bus Paragem Cultural Theoversharingsessions; Coletiva Deambulações de João Marques, Galeria em Projeto_ Sesimbra; Exposição coletiva”100anos de artes plásticas em Abrantes “Galeria Municipal Quartel, Abrantes; Arte Nostra Damus 16, posto turismo de Seia, Seia; VERA World Fine Art Festival “, na Cordoaria Nacional, em Lisboa. Biblioteca Municipal de Tábua, “Arte Nostra Damus’16” do GEIC – Grupo Experimental de Intervenção Cultural. coletiva de Artes Plásticas, Tábua. SindicArtes 2017-Auditório da Secção Regional, Tomar SBSI Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Tomar. Galeria atelier Arte Pólvora D’Cruz, MOSTRA DE ARTE CONTEMPORÂNEA LETHES ART PONTE DE LIMA 2017.HÉLIO CUNHA e CARLOS SARAMAGO Exposição coletiva na CNAP – Clube Nacional de Artes Plásticas, Lisboa. Exposição COLECTIVA: Transversalidade na galeria baag, Lisboa. Exposição Coletiva – Galeria D’arte Pintura e escultura, Porto; “Cinquenta anos a fazer P. Arte” – Galeria do Centro Cultural Elvino Pereira- Mação.

Seleção de exposições individuais

Exposição individual O Lógico e o Irracional – Galeria baag, Lisboa. Art Gallery D.Pedro, Exposição Coletiva permanente-Porto.2019 -Exposição Coletiva “Doze D´Arte” Galeria Days Are, Miguel Bombarda Porto. Coletivo –ART EXHIBITION “O Abismo de Paracletus”- anaz@rt Collective 2019 Doze D´Arte, Fábrica Braço de Prata · Lisboa. Coletivo Mix Art na Galeria do Centro Cultural Elvino Pereira, Mação.

Preços sob consulta

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