POP PARTY EM HONRA DA N.ª SR.ª DA BOA VIAGEM. “It´s a Long Story!

As Festas Populares e Romarias, pagãs, religiosas ou um misto das duas, que acontecem de norte a sul de Portugal, são, sem dúvida nenhuma, um traço típico da cultura popular e tradicional portuguesa.

 No esteio desta identidade cultural fazem parte as tradições e memórias de um povo que age sempre na senda de manter a cultura secular, “que lhe confere uma identidade muito própria”.

 Vivas as tradições e costumes, as festas tradicionais tornam-se em “pop parties” cheias de cor, música e também com alguma “alegre brejeirice”, porque não.

 Numa altura em que o verão anuncia a “quase” despedida, falta apenas o quase, a Moita acende-se com tantas tentações, como os couratos e entremeadas, no prato ou a transpirarem no pão, entre as corridas de touros, as largadas, a tarde do fogareiro, as tertúlias e os repastos em casa de uns e outros, onde nunca falta a alegria e boa disposição, até porque o espírito, nestes 10 dias, é sempre de festa.

 Assim, quebrando as correntes do dia-a-dia, estas festas fazem saltar cá para fora a voz do povo, da tradição, dos usos e costumes, da animação e vivência do espaço público, com todos aqueles que visitam a Moita para festejar as suas tradições.

 Nestes 10 dias de canícula, a Moita celebra a sua romaria, onde tradição e modernidade se entrecruzam. São festas que incluem, simultaneamente, duas vertentes que se complementam como côncavo e convexo: o lado religioso, em honra da Santa Patrona “Nossa Senhora da Boa Viagem”, que se traduz no cumprimento de promessas, nas missas e na imponente procissão com a tradicional bênção das embarcações típicas do Tejo no Cais, e, por outro lado, a vertente profana, com as famosas largadas na principal avenida da vila, as corridas de touros, a já afamada e tão participada Tarde do Fogareiro, a feira com os seus espaços de venda de artigos variados, as exposições e venda de artesanato, os stands de automóveis, os carrosséis e outros divertimentos similares, as regatas de embarcações típicas do Tejo, o espetáculo pirotécnico, os concertos com grandes nomes do panorama musical nacional e, claro, os bailaricos ao ritmo de dj’s e conjuntos populares, permitindo momentos de devoção e instantes de animação e convívios saudáveis. 

 Nestas festividades, que aliam o sagrado ao profano, algumas pessoas que não participam têm na mente que esta intensa vivência cultural e lúdica de cariz popular é “cultura de massas”, “cultura pop”, que simplesmente não merece sequer o título de “cultura”.

No meio dessa cegueira ainda não se habituaram a ver e a conviver com “o povo” alegre e feliz nas suas raízes. Mas é aí que ele está, é aí que estamos em força.

 Porque aqui, eleva-se o termo inflamável a outro nível e usa-se para atear lume e acender em brasa as tentações de uma tradição que nas duas primeiras semanas de setembro nos convida a dançar e a divertirmo-nos em todos os cantos e recantos desta vila ribeirinha.

Quem não conhece estas festividades, as de maior projeção na Margem Sul do Tejo, não sabe o que perde. Marque já na sua agenda: de 8 a 17 de setembro de 2017, a Moita volta a encher-se de vida e cor para homenagear a sua santa padroeira.