VENTO, POR PAULO CÉSAR

Com o Paulo César foi “amor à primeira vista”… conheci-o na internet, há alguns anos. Por ter gostado tanto do trabalho dele, contactei-o e desafiei-o para expor no Bar “Arribar”, na Moita. De entre outros projetos que se seguiram, destaco a participação, com as suas fotografias, no livro “As Nossas Escolhas” – Homenagem às Mulheres Autarcas da Freguesia de Alhos Vedros, uma Edição da Junta de Freguesia de Alhos Vedros.

Tudo realizado com muito sucesso. Desde então temos trocado várias ideias e foi ficando na minha vida. Admiro-o pela perseverança, criatividade e dedicação diária e, sobretudo, por não ter medo de fazer aquilo que acha que está certo.

Admiro-o, igualmente, por tudo o que tem vivido, apesar das adversidades da vida. Dia após dia mostra-me que é preciso ter vontade, ter determinação e nunca desistir! Mostra-me que nunca é tarde para ser feliz! E faz-me acreditar. Acreditar nos criadores, na força dos “fazedores” que descruzam os braços e não vivem vidas pequeninas. É preciso fazer coisas que dão sentido aos dias.

Em todos os seus trabalhos revela, como se fosse a primeira vez, toda a admiração e respeito que sente pela transparência do “ser”, o melhor enquadramento, o melhor ângulo, a melhor fotografia. Verdade, amor, paixão e sensualidade é o que nos trazem as suas fotografias.

O resultado dessa mescla são fotografias ímpares que expressam, de diferentes formas, a transparência do ser. Ser transparente é muito mais do que ser sincero… é desnudar a alma, é permitir que toda a nossa sensibilidade aflore, ver por detrás das máscaras e tudo o resto que representam: Princípio, meio, verdade e algo sensitivo sem fim…

As fotos do Paulo são de uma sensibilidade imensurável. Ele brinca com a luz e com todos os outros aliados, gerando arte e poesia. Tal sensibilidade, que além das fotos, acompanha-o no seu percurso. Sou inspirado não só pelo trabalho, mas também pela sua caminhada: a caminhada do Paulo César artesão, do escritor, do fotógrafo… Hoje sinto-me muito feliz pela oportunidade de apresentar o seu trabalho no meu Blog.

Eu já o conheço! Está na altura de vocês também o conhecerem melhor…

Sobre esta exposição, Paulo César refere:

a vida é breve

os momentos ficam eternos

a fotografia sempre fez parte de mim, sempre gostei da criação de imagens, de ajudar as pessoas a gostarem de elas próprias e a estarem confortáveis com a própria pele

Sou o que sou, infelizmente dando demasiado peso a tudo o que nunca serei e a tudo o que nunca farei, mas esta insatisfação faz me também sempre querer ser mais e melhor, mais do que achava que conseguia ser e melhor do que aquilo que fui ontem

gosto da escrita, do juntar das letras e palavras que me ecoam na cabeça, o meu primeiro livro “vendedor de lágrimas” já foi editado em 2016

gosto da pintura e da criação de peças e composições, e que belas obras fazemos no Artesanato da Achada

gosto de mim, da vida, e a tudo estou grato

sei que quero voltar a ter, com a brevidade possível uma nova exposição

sei que quero que seja de nús

não alinho com falsos pudores, nem moralismos baratos

não gosto da mentira, e a fotografia, tal como tudo, para mim sempre foi verdade

verdade porque o faço com o coração

verdade porque gosto de descobrir as pessoas por detrás das máscaras

e verdade porque admiro a imortalidade do efémero