SUPER CHEF | O MANJAR DOS DEUSES

A expo 98, inaugurada há cerca de 21 anos, foi o empurrão para a transformação da zona oriental de Lisboa, até aí uma zona industrial repleta de contentores, lixo abandonado, parada no tempo e degradada. Revitalizada totalmente, transformou-se numa nova zona pensada de raiz para receber a Expo 98. Trouxe habitação, espaços de lazer e convívio à beira rio.

Com a extinção da Parque Expo, empresa que geria o Parque das Nações, assistimos a algumas alterações. A zona ficou um pouco ao abandono, muitos edifícios e espaços comerciais desapareceram e/ou fecharam. Depois de um período de crise, ultrapassado este suposto abandono, não só melhorou o panorama imobiliário, como muitas empresas, hotéis e restaurantes se instalaram entre a Gare do Oriente e a Torre Vasco da Gama e, atualmente, já são uma referência.

Surgem novos espaços que dão nova vida ao que chamamos Parque das Nações.

Há um interesse crescente em abrir restaurantes, e é a rua da Pimenta, em plena mudança, o ponto de partida ideal para esta aventura gastronómica no Parque das Nações, que oferece cada vez mais variedade. Há cozinha tradicional portuguesa, africana, vegetariana, oriental, italiana, entre outras especialidades. Com vista para o Tejo e spots confortáveis, esta é uma zona de restauração que proporciona condições privilegiadas para saborear a Oriente.

Por falar em oriente, um desses novos espaços, é o restaurante chinês Super Chef, vizinho do Myriad by Sana Hotels.

Se pensa que é mais um restaurante chinês, como tantos outros, engana-se! Há muito mais do que arroz chau chau, com rebentos de soja, a acompanhar um porco doce, um chop suey ou uma galinha com amêndoa e banana frita de sobremesa.

É um restaurante aprazível de comida chinesa autentica e regional, um lugar de histórias, que reflete diariamente a diversidade, a igualdade e a inclusão – como parte essencial no engajamento, dos trabalhadores e, consequentemente, bons resultados – onde as conversas e as degustações se encontram e partilham momentos únicos.

É neste espaço que Rodrigo Manonellas, chileno, excelente comunicador, a viver em Portugal desde 2008, é gerente. É aqui que Rodrigo recebe, diariamente, clientes e amigos com a bonomia de sempre, dispensando palavras gentis a cada cliente.

Aliado de qualquer carga negativa ou exclusão, o Super Chef, rompe todas as fronteiras entre o restaurante e os clientes, para que todos se sintam bem, que todos sejam bem-vindos! Sem olhar às origens, que cada um encontre algo em comum. A diversidade, as diferentes influências são sinónimas de pluralidade, de crescimento. Promove essa orientação desde que abriu. A filosofia seguida pelo restaurante é a integração de pessoas de nacionalidades e culturas diferentes. Particularidade que muito me apraz.

A equipa

Essa diversidade estende-se à equipa de trabalho, composta, pelo Thiago, Rayanny, Maia, Rodrigo e Danilo.

A brigada “Super Chef”, além de ser jovem é dinâmica. Tudo é executado por eles com muito gosto e felicidade. A convivência é harmoniosa.

O restaurante reconhece a contribuição dos seus empregados, de onde sobressai uma ementa apetitosa, a par de um bom trabalho de equipa – o cartão-de-visita de qualquer restaurante – onde se destaca a forma de bem servir e de bem receber, proporcionando aos clientes momentos aprazíveis.

Chegados ao restaurante fomos surpreendidos por um espaço que se divide por dois pisos, onde predomina o conforto inspirado na cultura chinesa.

A opção decorativa do Super Chef é regida por 4 simples orientações: equilíbrio, simetria, simplicidade e espiritualidade. No fundo, características que definem o estilo de viver dos países da ásia oriental.

A boa energia que ela carrega flui em todos as salas de refeição do restaurante, onde a circulação e os espaços livres são fundamentais.

Além de absorver as características típicas da ásia oriental, como cores neutras a contrastar com tons vermelhos, alaranjadas vibrantes, a iluminação subtil, ou objetos místicos, a decoração do restaurante conta com um elemento chave: não existem exageros! Aqui, quem dita as regras é o minimalismo, proporcionando maior organização e otimização dos espaços.

Um ponto marcante na definição do estilo é o uso apenas do necessário, do essencial, oferecendo uma experiência gastronómica requintada em espaços acolhedores.

No piso superior existem três salas de refeição privativos onde é possível organizar aniversários, reuniões de trabalho ou jantares em família num ambiente independente, com zona para fumadores, ar condicionado e tv digital, com vista privilegiada para o rio Tejo.

Ao sabor do melhor que a cozinha chinesa tem para oferecer, é já um dos espaços obrigatórios de Lisboa.

A sala de refeições do piso térreo assume-se como um espaço ideal para usufruir de excelentes momentos de descontração. É possível degustar uma das mais exóticas e conhecidas culinárias de todo o mundo. É possível experimentar o contraste de aromas e sabores de cada prato, uma tradição baseada no “ying e yang” – os pólos contrários completam-se. Ou seja, experimentar a mistura de pratos doces e salgados, picantes e agridoces, quentes e frios.

Na esplanada a decoração é clean, ampla, com as mesas e cadeiras brancas, que dão um toque tranquilo ao espaço. É especialmente para quem não passa sem uma boa esplanada, mesmo em dias mais invernosos.

Oferece uma agradável vista para o rio e para os jardins do Parque das Nações, tornando os fins de tarde e as noites quentes de verão verdadeiramente inesquecíveis, com ementa de bebidas e gastronomia autêntica, plena de sabor.

O Chef Long

O Chef Long, nascido numa pequena localidade perto de Pequim, há mais de 18 anos que surpreende todos os seus clientes, com uma gastronomia de alta qualidade, sabores e combinações perfeitas.

Fiel à forma tradicional de confecionar os ingredientes, chega ao “Super Chef” com vontade de apresentar ao mundo a culinária chinesa autêntica e regional, inspirado nos “segredos” que espelham as múltiplas influências regionais “de norte a sul do país” (são cerca de 20 cozinhas regionais diferentes). Caracteriza-se por utilizar adequadamente temperos, ingredientes frescos, misturas únicas e saborosas. Cozinha asiática com toque contemporâneo que surpreende até o mais exigente paladar.

Utiliza uma enorme variedade de ingredientes, sabores e aromas. A preparação dos pratos passa por minuciosas técnicas, incluindo assados, fritos, ensopados e a vapor. Todos confecionados no momento, respeitando a nobreza de cada ingrediente e o sabor de cada prato.

Na ementa brilha o “Cozido de Peixe” confecionado com as mais delicadas especiarias, que combinadas entre si são o trunfo deste prato. Uma mistura equilibrada de ingredientes que abrem todos os sentidos culinários. Entre muitas outras especialidades, são experiências gastronómicas memoráveis com aromas e sabores asiáticos, num ato simples, como “desmontar”/degustar!

Mas passemos à degustação que já começo a ficar com água na boca enquanto recordo a sentada|repasto e as memórias dos paladares, aromas e texturas se reavivam.

Degustação “Manjar dos Deuses”

À chegada fomos muito bem recebidos com enormes sorrisos espontâneos. Para abrir o apetite, foi preparado um welcome drink com dois cocktails de autor, coloridos e deliciosos. O Super Red, uma conjugação de frutos vermelhos, açúcar, licor de arroz chinês e limão, e o Super Yellow, uma mescla de ananás fresco, açúcar, lima, triple sec, e licor de arroz chinês. A gentileza colocada nos pequenos detalhes de bem receber, nem sempre vista em outros espaços, proporcionou-me bem-estar.

Acomodados numa das salas privativas no 1.º piso, não houve necessidade de pedir a ementa, ou fazer qualquer pedido. O Rodrigo cuidou da seleção dos pratos e bebidas.

A degustação “manjar dos deuses orientais” – coisas exóticas para partilhar, convidou-nos a viver uma experiência gastronómica autêntica.

Já bem instalados foram surgindo as entradas. Cada uma a seu momento.

Com uma maravilhosa vista para o Tejo, deliciávamo-nos com os pratos e o vinho que chegavam à mesa.

Primeiro um crepe dourado e sequinho (sem excesso de gordura). A combinação da massa -com sabor neutro- com paladar a partir do recheio, à base de ovo, cebolinho e delícias do mar, resulta numa textura suave e crocante para degustar sem pressas.

Depois chega à mesa uma mistura bem-sucedida. Gyoza com Gambas. Massa de Farinha recheada com uma mescla de gambas e cenoura… e perfeitamente combinadas entre si.

Depois de desmontarmos as entradas a sentada/repasto continuou com o prato principal e o fator criativo destaca-se.

… Come-se pelos olhos, não é verdade?

A boa qualidade do Robalo Grelhado com Chucrute- Peixe fresco cozinhado com legumes e 8 especiarias do chef – servido à mesa numa panela de carvão, resulta numa combinação equilibrada e perfeita para o paladar.

Por muito que vos descreva, palavras nenhumas serão suficientes para descrever a mescla de sabores irreverentes e exóticos. Palavras substituídas por uma verdadeira experiência sensorial! Assente num ambiente envolvente, elegante e digno de uma família real. Embarcamos neste manjar dos desuses, com um robalo elevado a um patamar superior.

Inhame salteado em especiarias e servido no prato com cogumelos frescos, fez companhia ao Robalo enquanto nós refletíamos sobre os diferentes sabores e a textura cremosa, “escorregadia”, e o suave sabor a terra do inhame. A mistura com o robalo é bastante equilibrada. Além de ser uma mistura versátil, oferece um sabor exótico ao robalo.

Os formalismos caíram por terra… e nós, os comparsas gastronómicos sorríamos satisfeitos!

Gostei particularmente de ver o ávido Miguel André, com a sua dentição alva e afiada, desmontar com apuro o delicioso peixe e o inhame salteado.

Por fim, convidaram-nos a viajar por delícias açucaradas, fechando com chave de ouro esta “sentada/repasto”, com doces “sem fronteiras”, que não pesam a mão no açúcar e apostam em outros sabores mais exóticos.

Entre as sobremesas da ementa, chegou-nos o famoso “Leite Frito”. Uma mescla de leite condensado caseiro frio, molhado em farinha e depois frito.

Vale destacar também com divinal sabor, o Doce de Arroz -3 peças- Bola de arroz recheada com creme e pedaços de manga fresca.

O que mais se destaca na doçaria oriental é a leveza das texturas e a particularidade de ser confecionado com pouco açúcar. O que me agrada bastante.

Depois do prato principal e de uma sobremesa saborosa sempre bem acompanhados com vinho tinto, Herdade das Servas, vivenciamos momentos de bem-estar.

Por favor ajudem-me a perder estes quilos com afeto!

O ambiente tranquilo apelava a um bom chá, ao convívio e à partilha. E foi isso mesmo que fizemos. Pusemos a conversa em dia e partilhamos uma sentada/repasto excelente.

Atendimento atento, cuidado, preocupado, onde a sensação de que nada é deixado ao acaso está presente em cada pormenor.

Senti-me apaparicado do princípio ao fim, sem dúvida!

INFORMAÇÕES ÚTEIS

Visite o restaurante em: R. da Pimenta 101, 1990-268. Parque das Nações – Lisboa

Contacto: +351 218 015 609

reservas@restaurantesuperchef.pt

Espreite: Super Chef

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Crédito Fotográfico: Miguel Silva

Agradecimento: Scotta 1985 – Portugal